Muito se fala das qualidades imprescindíveis para uma liderança de alta performance. Aqui mesmo, no Portal Dale Carnegie, já discutimos sobre os hábitos positivos de líderes de sucesso, sobre a necessidade da escuta ativa e também sobre as qualidades interpessoais necessárias para quem almeja se tornar um líder inspirador. Em contrapartida, ainda pouco se discute sobre o papel da liderança na gestão estratégica.
A figura de um líder carismático, que desperta a confiança da equipe é necessária, mas, por vezes, acaba seduzindo aqueles que veem nas posições de lideranças um trampolim pessoal, ainda presos à figura do “líder herói”. Atualmente, as organizações têm se voltado ao líder como uma peça importante na gestão estratégica da empresa e só sobre isso que nós vamos falar hoje.
Se você também entende que o papel do líder, além de engajar os liderados, também passa pela gestão estratégica, continue a leitura!
O papel estratégico do líder na corporação
O líder pode ser o responsável por alavancar ou afundar uma organização. Isso porque é dele a responsabilidade de garantir o cumprimento das metas estipuladas e levar a cabo as determinações e valores da corporação.
É também o líder o responsável por contratar, demitir, instituir os critérios de promoção, determinar os padrões e processos a serem seguidos e também delegar tarefas aos liderados. Apenas por essas funções, você já consegue perceber o impacto que uma liderança despreparada pode ter em qualquer negócio, certo?
Mas, além disso, um líder de atuação estratégica também tem o papel de acompanhar as mudanças de cenário e mercado e fazer com que ambos, empresa e liderados, se adaptem à elas.
Ao se deparar com essas atribuições, muitos ainda têm dúvidas quanto à definição de gestão e liderança. A gestão se trata, em linhas gerais, de definir as ferramentas, os processos, os registros e o planejamento das tarefas, enquanto a liderança envolve pessoas. Cabe ao líder garantir que as tarefas estão sendo executadas de acordo com a visão estratégica da organização, distribuindo-as levando em conta as qualidades e os pontos fracos dos liderados.
Desta forma, podemos pontuar que o gestor é aquele que se foca em resolver os problemas do presente, enquanto o líder consegue enxergar nuances de uma maneira holística (mercado, colaboradores e organização), atuando de forma a gerar benefícios futuros ― como a formação de novos líderes.
Esses dois profissionais, líder e gestor, são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio e, se atuarem de maneira integrada e com foco estratégico no desenvolvimento da organização, conseguem elevar o potencial da equipe, sem conflitos de poder ou hierarquia.
A importância da liderança e gestão estratégica
Antes de falarmos das características da gestão estratégica, precisamos revisar um conceito já bastante difundido: a Pirâmide de Maslow. A Teoria das Necessidades indica a ordem das prioridades humanas:
1º: Necessidades fisiológicas;
2º: Segurança
3º Pertencimento social;
4º Reconhecimento;
5º: Autorrealização.
No ambiente corporativo, isso é bastante visível. Por exemplo: em momentos de desemprego, as necessidades são básicas: é preciso garantir alimentação e moradia, princípios inerentes à sobrevivência humana. Já em momentos de prosperidade financeira, as necessidades mudam. Por já ter alimento e moradia garantidos, o ser humano busca novas forma de se realizar, focando muito mais nas outras necessidades para o seu desenvolvimento.
Na gestão estratégica, esse entendimento é fundamental. Assim como o cenário empresarial está em constante mudanças, os desejos e necessidades dos colaboradores também. Conhecer as necessidades dos envolvidos na organização dá ao líder a possibilidade de trabalhar esses anseios a favor dos objetivos.
Dentro de uma gestão estratégica é preciso estabelecer uma meta, traçar um plano de ação e trabalhar para quem ele se cumpra, levando em consideração os fatores humanos envolvidos. Mas, acima de tudo, adotar uma posição de liderança estratégica é trabalhar no presente pensando no futuro.
Como desenvolver a liderança estratégica
O líder, basicamente, atua como a ponte entre os objetivos da organização, os anseios dos liderados e as mudanças do mercado. É ele quem deve garantir a consonância das ações e prezar para que todas sejam convertidas a um único fim: a satisfação de todos os envolvidos nos processos e o cumprimento dos objetivos, tanto os de curto prazo (como no caso de garantir a execução de tarefas) quanto os de longo prazo.
Confira agora três atitudes que podem ajudar você a se posicionar como um líder de visão de gestão estratégica.
1. Análise organizacional
Essa análise exige que o líder entenda o cerne da organização, quais os objetivos futuros e, principalmente, os seus valores.
É função do líder, durante a análise organizacional, expandir os horizontes e fornecer também um panorama geral do mercado. Quais mudanças têm ocorrido no cenário que podem dificultar o atingimento das metas? Como a organização pode se adequar a um panorama cada vez mais acirrado e exigente?
A análise da equipe também deve entrar no radar. Conhecer os liderados, saber quais seus anseios, valores e objetivos, tanto pessoais quanto profissionais, dá ao líder o poder de conseguir trabalhar de forma a alinhar empresa e colaborador, criando uma relação de satisfação mútua, além de poder lapidar qualidades dos liderados.
2. Proposição de metas reais
Esse é um dos pontos-chave que diferencia chefes de líderes. Enquanto o primeiro determina metas e tem como único objetivo a obtenção delas, independentemente do custo para os subordinados, muitas vezes, os colaboradores se sentem coagidos, afinal, sabem que elas são inalcançáveis, mas têm medo da punição.
O segundo, o líder, por conhecer a fundo a equipe com a qual trabalha, por saber quais os anseios e necessidades de cada um dos liderados, sabe adequar as metas à realidade daquilo que, de fato, pode ser feito. Esse “jogo de cintura” é essencial para conseguir manter os resultados esperados sem contaminar o clima organizacional com medo e frustrações prévias.
3. Comunicação clara
Para que os colaboradores possam oferecer o empenho que lhes é exigido, é fundamental que eles saibam porque estão realizando determinada tarefa. Um líder com visão estratégica mantém a comunicação clara e direta com seus liderados, repassando a eles de maneira honesta e aberta o que é esperado da equipe.
Ao entender qual o seu papel na realização das tarefas e cumprimento das metas, eles passam a se sentir parte do processo, o que vem ao encontro do que falamos anteriormente sobre a Pirâmide de Maslow: necessidade de reconhecimento. Saber que o seu trabalho impacta de forma positiva a organização como um todo, gera um engajamento natural e eleva a satisfação dos colaboradores.
Um bom líder sabe como esse engajamento é necessário e sabe trabalhar de forma a consegui-lo.
A liderança e a gestão estratégica andam de mãos dadas e qualquer organização só tem a ganhar ao aliar a resolução de problemas imediatos dos gestores com a visão de futuro de seus líderes.
Gostou do artigo? Você pode aprender muito mais sobre liderança e gestão estratégica com a equipe da Dale Carnegie. Entre em contato conosco e vamos juntos desenvolver as suas habilidades de liderança!